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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Insone

Não que eu queria, Porque é contra-senso, É anti-natural. Não durmo, pois não quero Não consigo, pois não tento Não sei, pois! Bem sinto, porque me é suficiente O que jamais puder ser medido Nada poderá desgastar Meu momento, Seu olhar, Meu amar.

portas, as janelas e pisos

Minha cidade tem vários recantos, pequenos pedaços, pequenos momentos. Cada lugar conta sua história, uma coisa pequena, uma parte ínfima daquilo que faz o todo da minha vida. Um quintal de terra, com suas plantas úmidas e o cheiro forte de água, meus pés, mesmo pequenos, já se enfiam na terra pra perceber o frio da terra e imaginar o grande pequeno mundo, com todas as mais fascinantes histórias que minha mente infantil pode criar. Minhas mãos acompanham o contorno suave do aço escovado do corre-mão da escadaria de mármore, já gasta, muitos pés passaram por ela, e o cheiro mofado do elevador Schindler acompanha-o enquanto ele sobe e desce, faz ranger suas engrenagens e sua graxa passa e repassa por seus cabos. No fundo quero ver os papéis, largados, soltos pelo balcão, sem classificação, sem ordem. Os trens passam rápido e levam os papéis, seus trilhos cantam ao perceber a pressão exagerada das rodas, forçando passagem por onde mal há atrito, o grito estridente do metal, o vulto incess