Morte

Devo confessar que hoje eu gostaria de escrever um texto extremamente pessoal. Eu já tentei fazer isto antes, entretanto, sem obter sucesso algum. Talvez alguns deles tenham ficado bom, e de qualquer modo, um blog onde o autor só fala de si próprio, não é muito interessante. Tento me esquivar deste tema, eu mesmo, mas veja só, meu título é Ego, e exite coisa mais egocêntrica do que isto? Não que eu esteja exaltando a minha imagem, eu não gosto disso, gosto quando os outros exaltam a minha imagem, isto, para mim, é reconhecimento. Como disse, creio tentar fazer algo novo, mas nada é novo sobre a terra, como já dizem as Sagradas Escrituras(o que foi tema de pequena conversa com minha mãe no fim de semana). Já me acostumei com a minha vida, eu mesmo crio concepções sobre meus gostos ou sobre meu jeito, só que eu demoro tanto que quando eu chego a uma conclusão, já mudei tudo na minha vida.

Talvez seja porque, segundo a mui sapiente Ana Maria T. Alvin, Suprema Bibliotecária, Saturno, meu planeta regente, correspondente a Cronos, está sofrendo influências de Plutão, correspondente a Hades, portanto, em resumo, minha vida está uma celeuma, uma alrotaria, um bereré, uma zanguizarra, uma pocema, uma chinfrinada...

Vamos logo para o assunto título, tema de tudo. A morte. Pois é, eu e essa garota linda que as pessoas insistem em chamar de Dona Morte, temos nos conversado nos últimos dias. Veja você que eu sei que vou morrer, não sei quando, como, ou onde; mas sei. Não aceitei ainda, e nem consigo imaginar o fato de morto estar, mas, de vez em quando, tenho alguns lapsos temporais, em que eu sonho que morri.

Aliás, sonho é uma coisa que tenho, mas não lembro de nenhum, então, digo logo que não tenho. Ter uma coisa e não lembrar-se dela é não tê-la. Na madrugada de ontem, ou seja, meu aniversário, data em que me aproximo da morte, ela veio me visitar.

Sonhei que eu estava passeando na Praça da Sé, meio andando meio parado, ali na esquina da Benjamim Constant, e, sem motivo, descobri que eu fui baleado. Veja você que coisa. Minha primeira reação foi ter uma raiva colossal, olhei para trás e vi um garoto correndo com uma arma na mão, e rindo muito, uma gargalhada que subia pelas paredes dos edifícios.

Eu ia correr atrás dele, mas quando virei para correr, uma dor muito forte subiu do meu estômago para minha garganta, aí eu caí de joelhos. Gritei um palavrão, e vi que eu estava médio menstruado por um buraco recém aberto. Me arrastei para o orelhão e liguei pro bombeiro, dizendo que o batalhão estava do outro lado da praça e eu estava quase desmaiando. Foi quando o fio do telefone arrebentou e eu caí de costas.

A partir daí eu via a cena em 3ª pessoa. Foi quando eu tive aquela sensação horrível de estar caindo, tão chata que eu acordei com aquele pulo desgraçado, tentando me segurar em algo inexistente, para fugir de um buraco imaginário.

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