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Mostrando postagens de 2012

18/03

Pelo que tenho que sofrer? Parada no quarto? Jamais! Eu grito e esperneio, faço o mundo saber pelo que vivo e mais ainda, pelo que sofro. Não posso passar a tarde em casa sem uma fotografia: uma exposição desnecessária. Abaixo para pegar panelas e está publicado, todos vêem, me cutuca. E peorque estou magoada, canso e aparento ser uma figura esqualida. Ocorre que depois da sua partida, eu fiquei vazia, de corpo (e alma)? Eu vivo nessa terra estranha, e o que eu posso pensar dessa gente que não me quer bem? Só posso parar de comer e meu corpo fica mais saliente. Veja, a curvatura das minhas sobrancelhas não acompanha o contorno da minha testa. Isso é absurdo, abusivo, subversivo! Fugi mesmo, não aguentava ouvir aquele barulho, aqueles passos, buzinas, gemidos, helicóptero, hálito, sexo. Não suportava mais ter que conviver com isso, e logo sabia: precisava fugir. Encontrei gente pior. Pior que eu mesmo. Vivo da caridade alheia. Perdi o interesse, o fogo vital. Perdi a vontade de amar, a

11/06

Eu vou dizer, não aguento o calor de Paris. Nessa época moderna, as coisas estão todas invertidas. Onde já se viu, ficar suando no Champs Elisée? Antigamente quando a gente queria calor, ia pro Caribe. Lógico, praia e gente bonita! Até que explodiu a Revolução Cubana... Ai que desgraça! E veja só, que tristeza... eu posso até dizer com riqueza de detalhes, mesmo porque eu estava tranquilamente sentada num bar charmosíssimo em Havana, estava tomando uns 'drinks' maravilhosos que um tal de Antonio, empregado do hotel que eu estava hospedada, me fez; e até estavamos num affair muito interessante quando resolveram que tinham que derrubar o governo. Ah, que desgraceira. Eu até entendo, derrubar o governo é maravilhoso, uma delícia, eu mesma participei da Revolta das Barricadas em Paris, estava um luxo só!!! A gente não conseguiu derrubar o governo, mas pelo menos bebemos muito Whisky... Ai como foi engraçado! Mas o que importa é que depois disso, o Caribe nunca mais foi o mesmo. D&#

14/03

Quando vi aquele vulto, me deu um calafrio, uma coisa tão má. Largada no sofá, já não tinha vontade de comer, pra que? Engordecer! Chateada com a vida, que me foi grata, que me foi ingrata, que me foi vivida. Porque eu ainda posso ver, o vulto na escada? A sombra do meu amor, que foi e vem, que me persegue e me arranca os cabelos, rasga minha pele, beija minha boca, meus dedos, meus medos. Mas eu não posso mais olhar, porque não posso mais sentir aquele salivar. Mas ainda está, parado na sacada, estanque na cozinha, ouço a voz dele. Nosso verão de correr sutil, de calor forte. Ficamos juntos, um minuto sequer, tocamos os ombros vivemos as lágrimas e rimos as pencas de todas as cores, frutas e texturas. Porque eu nunca pude te tocar do jeito que eu mais sonhei, do jeito doce que minha alma sempre quis, do jeito manso que meus pensamentos sempre pediram? Te toquei com o fogo santo que ainda sobe minhas veias, que fecha meus poros e abre os trabalhos para a porta de entrada, onde nós fica