O Sacrifício da Fé
Discussões teológicas. Olhem as coisas que me sucedem. Acontece que não consigo ficar quieto ao ouvir algum ponto de vista divino, porque, todo mundo tem uma vírgula sacrossancti para colocar na 'palavra de deus'.
De certa forma faz até bem para mim, pensar nas coisas divinas. Como meu pai tem o péssimo hábito de ouvir o Sr. Edir Macedo, e suas pregações ordinárias, eu sou obrigado a escutar um som de tão má qualidade. Entretanto, a incoerência do próprio Macedo faz com que eu pense em aspectos diferenciados daquilo.
Na última vez que isso aconteceu, e eu não estava dormindo, ele disse a seguinte coisa: "Toda religião têm sacrifício". É, de certa forma, não posso discordar dele (repare que toda vez que eu me refiro a um princípio do Sr. Macedo, sempre existe, antes da concordância, um 'de certa forma', indicando a disparidade nele presente), pois a afirmação em questão é embasada em fatos reais. E como prega o querido Hegel, o 'real é a racionalidade e a racionalidade é o real', jamais um fato poderá ser irracional.
O tema principal é sacrifício.
As religiões mais antigas, antes da era cristã, tinham como sacrifício a morte de um animal. Aquele animal seria, limpo, sem manchas, sem, máculas, para que ele representasse o espírito daquele que oferece o sacrifício. E até hoje este tipo de sacrifício existe, as religiões afro-brasileiras utilizam-se do recurso animal constantemente.
A evolução disto é a entrega de ofertas em animais e em cereais, comida propriamente dita. A oferta nem sempre era morta para remir pecados, servia para isso, basicamente, mas poderia ser utilizada em outras coisas.
Com o avanço do pensamento humano e a consolidação cristã, mais precisamente a criação da hegemonia católica no continente europeu, as ofertas em dinheiro e o pagamento de impostos celestiais se instaurou. Existe um pensamento óbvio, acompanhe a linha de raciocínio clássico:
A Igreja é o Estado.
O Estado cobra Impostos.
A Igreja cobra Impostos.
Olha que lindo, pensamento Aristotélico.!
Então, como as coisas foram andando de mal a pior. A Igreja não era mais o estado, mais do que justo, não cobra mais impostos. E fica então somente com a renda de donatários e ofertas, nem digo dízimo, porque do modo literal isto não existe na igreja católica.
Bom, preste atenção como as coisas mudaram, hoje todas as igrejas pedem dinheiro como forma de oferta. Aquilo que vai agradar a deus, e vai remir teus pecados é o valor pago. Acho que é uma inversão da fé.
A petição de papel-moeda, ou a não pedição(isso significa doação voluntária, que eu gosto de chamar de coerção), tem dois aspectos:
1-Você entrega aquele dinheiro porque seu pensamento capitalista e baseado num sistema jurídico positivista entende que você precisa comprar Deus, para que ele lhe preste um favor. Ou, pelo menos, entende Deus como uma outra pessoa com quem temos contrato firmado, você faz a sua parte - que é pagar o valor - e Deus faz a dele - que é te abençoar(ou seja, fazer você ganhar mais dinheiro).
2-Você entrega aquele dinheiro porque entende que é sua obrigação moral entregar aquilo, pois sem esse desprendimento às coisas materiais não há como chegar ao ceu, e de certo modo, você quer mostrar a Deus o quanto você prefere a ele, ou invés do mundo e seus 'prazeres'.
Existem outras abordagens para explicar a entrega de ofertas, o que se sucede é que hoje, o sacrifício pelo qual alcançamos a Deus é simplesmente uma quantia em dinheiro, Deus precisa de muito mais do que isso, ele precisa simplesmente que você acredite, incondicionalmente. Sem utilizar da tão pregada fé-racional.
Todas as explicações para a entrega de ofertas deveriam ser resumidas a esta: tenho fé, acredito nesta causa, e acho que Deus age através disto.
Simples assim, o homem seria mais feliz consigo mesmo, e não tão egoísta. Deus é fé, não, barganha.
De certa forma faz até bem para mim, pensar nas coisas divinas. Como meu pai tem o péssimo hábito de ouvir o Sr. Edir Macedo, e suas pregações ordinárias, eu sou obrigado a escutar um som de tão má qualidade. Entretanto, a incoerência do próprio Macedo faz com que eu pense em aspectos diferenciados daquilo.
Na última vez que isso aconteceu, e eu não estava dormindo, ele disse a seguinte coisa: "Toda religião têm sacrifício". É, de certa forma, não posso discordar dele (repare que toda vez que eu me refiro a um princípio do Sr. Macedo, sempre existe, antes da concordância, um 'de certa forma', indicando a disparidade nele presente), pois a afirmação em questão é embasada em fatos reais. E como prega o querido Hegel, o 'real é a racionalidade e a racionalidade é o real', jamais um fato poderá ser irracional.
O tema principal é sacrifício.
As religiões mais antigas, antes da era cristã, tinham como sacrifício a morte de um animal. Aquele animal seria, limpo, sem manchas, sem, máculas, para que ele representasse o espírito daquele que oferece o sacrifício. E até hoje este tipo de sacrifício existe, as religiões afro-brasileiras utilizam-se do recurso animal constantemente.
A evolução disto é a entrega de ofertas em animais e em cereais, comida propriamente dita. A oferta nem sempre era morta para remir pecados, servia para isso, basicamente, mas poderia ser utilizada em outras coisas.
Com o avanço do pensamento humano e a consolidação cristã, mais precisamente a criação da hegemonia católica no continente europeu, as ofertas em dinheiro e o pagamento de impostos celestiais se instaurou. Existe um pensamento óbvio, acompanhe a linha de raciocínio clássico:
A Igreja é o Estado.
O Estado cobra Impostos.
A Igreja cobra Impostos.
Olha que lindo, pensamento Aristotélico.!
Então, como as coisas foram andando de mal a pior. A Igreja não era mais o estado, mais do que justo, não cobra mais impostos. E fica então somente com a renda de donatários e ofertas, nem digo dízimo, porque do modo literal isto não existe na igreja católica.
Bom, preste atenção como as coisas mudaram, hoje todas as igrejas pedem dinheiro como forma de oferta. Aquilo que vai agradar a deus, e vai remir teus pecados é o valor pago. Acho que é uma inversão da fé.
A petição de papel-moeda, ou a não pedição(isso significa doação voluntária, que eu gosto de chamar de coerção), tem dois aspectos:
1-Você entrega aquele dinheiro porque seu pensamento capitalista e baseado num sistema jurídico positivista entende que você precisa comprar Deus, para que ele lhe preste um favor. Ou, pelo menos, entende Deus como uma outra pessoa com quem temos contrato firmado, você faz a sua parte - que é pagar o valor - e Deus faz a dele - que é te abençoar(ou seja, fazer você ganhar mais dinheiro).
2-Você entrega aquele dinheiro porque entende que é sua obrigação moral entregar aquilo, pois sem esse desprendimento às coisas materiais não há como chegar ao ceu, e de certo modo, você quer mostrar a Deus o quanto você prefere a ele, ou invés do mundo e seus 'prazeres'.
Existem outras abordagens para explicar a entrega de ofertas, o que se sucede é que hoje, o sacrifício pelo qual alcançamos a Deus é simplesmente uma quantia em dinheiro, Deus precisa de muito mais do que isso, ele precisa simplesmente que você acredite, incondicionalmente. Sem utilizar da tão pregada fé-racional.
Todas as explicações para a entrega de ofertas deveriam ser resumidas a esta: tenho fé, acredito nesta causa, e acho que Deus age através disto.
Simples assim, o homem seria mais feliz consigo mesmo, e não tão egoísta. Deus é fé, não, barganha.
Comentários
A relação fé-dinheiro acompanha o homem há muito tempo, apesar do enfoque ambíguo que a maioria das igrejas lhe endereça, ou do sensacionalista superdimensionamento dele pelas igrejas neopentecostais. Indubitavelmente, a "Teologia da Prosperidade" é um fenômeno da chamada era pós-moderna, que quis bater de frente com a Teologia Franciscana (diversas vezes chamada de "teologia da miséria" por teólogos protestantes), ou a tão controversa Teologia da Libertação, de Gutiérrez. Isso inserindo a fé no nosso atual mundo de consumo.
Abraços!