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Mostrando postagens de novembro, 2008

Capítulo IV – Uma conversa displicente

Foi então que vi, quando Josué saiu da minha frente, que uma adorável criatura estava postada atrás dele. Ela acabou de descer do carro e estava sob um guarda-chuva negro do motorista da Santa Sé. Não há no mundo palavra que possa descrever a doçura daquela coisinha, seus olhos castanhos profundos contrastavam com seu tom de pele, levemente moreno. Mudo, eu os acompanhei até dentro de casa. Finalmente chegamos ao calor de meu teto. As malas foram sendo postadas na sala e depois eu as levaria para os quartos, entretanto, tínhamos um delicioso café, com algumas broas de milho que mamãe havia preparado. _Oh Josué! – estendi os braços para um abraço – como estou satisfeito em vê-lo! Ele voltou-se pra mim e abraçou-me. _Tu sabes muito bem que eu me atraso, mas chego – disse Josué – Desde que expressei, em carta, meu desejo de voltar para Boa Vista, você não tem deixado o assunto quieto. E agora cá estou. _Ah Jos

Capítulo III – A chegada de Josué

22 de novembro de 1988 Uma semana de angústia se passou, queria tanto que Josué chegasse. É o encontro do século, acho que as televisões deveriam noticiar o evento. Mas, por mais que eu tentasse me tranqüilizar a expectativa se fazia mais forte a cada dia. Estava liberado do Seminário, não tinha mais o que fazer. Eu ficava em casa o dia todo. Fiz todo o tipo de desastre que se pode ter notícia, derramei o leite, destruí o jardim, quebrei a chave da porta e muito mais. De certo modo foi até bom, eu ocupei a mente. Ia todos os dias até a Igreja da Sé, e ficava alternando meu tempo entre a Igreja, a casa de meus pais e a casa do Monsenhor Andrade. Finalmente o sábado chegou, estava já exaurido. Não tinha mais coração para agüentar a expectativa. Hoje de manhã eu acordei extraordinariamente bem, não queria tomar meu café da manhã sozinho, então fui para a casa de meus pais. Me arrumei, de modo que eu parecesse um ser humano decente, vesti uma calça jeans e saí para a praça. Desci a rua de

Capítulo II – Meu Manuscrito

19 de novembro de 1988 Você já deve ter percebido que eu moro em uma pequena cidade do interior. Mas não pense que sou de um estado qualquer. Moro no estado de São Paulo. Aqui em Vitória da Boa Vista as coisas são ínfimas como a população. Somos dez mil habitantes, imagine o município nem existe. Comecei a escrever sob ordem de mamãe, não tenho certeza do que este escrito será. Não sei se será diário ou um romance qualquer. Veremos quando eu terminar. Bom, acho que comecei como romance. Estou escrevendo contando que alguém leia, acho que é falta de consideração para com os leitores ignorar a existência deles. Seria grosso de minha parte. Decidi começar com a carta que origina tudo isso. Josué é meu amigo de infância. Crescemos aqui. Naquela época eu morava na Rua de Baixo com meus pais. Ele era meu vizinho e nossos pais eram compadres, é uma amizade que herdamos de nossos pais. Dona Brígida e Seu Marcos, pais do Josué, são

ATENÇÃO LEITOR

Leia a primeira postagem do dia, para entender a segunda e a terceira... Ou seja, desça duas postagens e leia... De qualquer modo ainda ficou confuso, prefiro: Leia a primeira postagem do dia. Grato, Autor

Ad Maiorem Dei Gloriam - Capítulo I - Carta ao meu Amigo em Cristo Josué

Vitória da Boa Vista, 18 de novembro de 1988 Querido Josué Aqui em Vitória da Boa Vista vivo muito bem. Agora estou morando em novo endereço, não moro mais com meus pais. Eles compraram para mim o velho casarão do Coronel Antônio Antunes Ribeiro de Castro e Mariano. O velho morreu e a casa ficou vazia por alguns anos, a família não tinha interesse nela. Colocaram a casa a venda por um valor baixo e meu pai comprou-a para mim. Tenho agora endereço importante, Rua Direita, no centro da cidade ao lado da Igreja da Sé. Só faço atravessar a rua para chegar até ela. A mobília original foi mantida. Me sinto como o próprio Coronel. Tive que trocar algumas coisas como a cama e reformar o fogão a lenha. Mas de resto tudo funciona muito bem. Estou escrevendo esta carta para você na biblioteca de minha residência. Lembra-se daquela nossa conversa da semana passada? Sobre você deixar São Paulo e voltar para cá... Então. Pedi permissão ao Monsenhor Andrade para que você venha para

Um livro

Caro leitor, Começarei a publicar um livro, capítulo por capítulo... e tu, leitor magnânimo, será contemplado com a obra. Não digo que será de seu agrado, nem digo que esteja correta... é a primeira versão sem uma correção profunda. Seja exigente comigo, mas não me crucifique. Espero que a leitura lhe agrade. Com afeição, Autor

Um ser pensante sou, um reflexo de meu ego

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Escrevo agora, primeiro, a pedido do meu inestimável amigo Bruno Uesso. Ele me incentiva a escrever no blog. Até gostou do meu último texto. Nos últimos três dias tenho passado por diferentes tipos de humor, e tenho escrito muito. Queria eu trabalhar no projeto de um livro; mas, como não sou escritor tenho certa dificuldade em terminar o trabalho. Adianto-vos que tenho um livro em minha mente, uma história complexa que se passa num mundo fictício. Descobri o prazer de uma amizade sincera. Tenho falado muito com o Bug estes dias, nossas vidas tem um ritmo parecido. Nem parece que já se passa um ano que saímos da escola, verdadeiramente considero ele como um amigo e não só amigo, ele é um dos meus melhores amigos, e só tenho 3. Acho que ele adivinha quem são os outros dois... Uma certa emoção bateu no meu rosto, minhas glândulas lacrimais foram pressionadas. Enquanto escrevo isso estou a ouvir Agnus Dei (qualquer dúvida consulte minha postagem sobre o Requiem de Mozart). Minha recente av

Palácio do Anhangabaú

Nenhuma luz podia-se ver de onde eu estava. No meu apertado canto eu apenas observava. Desde que nasci, sempre fui uma observadora muda. A vida passa na minha frente durante todo o dia, durante todo o mês, durante todo o ano. As pessoas começam a chegar depois que os primeiros raios do sol podem bater na minha face. Agora, já três horas da madrugada. Não posso evitar, estou no mesmo lugar que sempre estive. Sou como um cadáver que não se mexe e não pode modificar seu estado. Durante toda minha vida muitas coisas me desagradaram, vidas foram destruídas aos meus pés, beijos foram roubados, fortunas enterradas e amores perdidos... Hoje é um dia especial. Um dia de ira, um dia de julgamento. É uma noite congelante e eu estou parada; aliás estou na minha casa, o Palácio do Anhangabaú, moro no último andar. Nas horas noturnas não existem pessoas que vão incomodar-me, mesmo porque o prédio fica vazio. Mas nesta noite havia alguém, esta noite exalava o cheiro da morte. A porta do terra

Vermelho, estava vermelho.

Naquele momento eu estava em paz com Deus e o Mundo. Nada poderia me separar daquela incrível sensação que invadia a minha alma. Estava voando. E tinha grandes asas com penas brancas que trepidavam sob o vendo que cortava meu rosto. Me senti feliz, e completamente compreendido pelo mundo que me cercava. A vil realidade estava longe de mim. E como se em um momento sublime de inspiração eu chegava até as maiores alturas e subia até além das nuvens. Estranhei, estava ficando quente, minhas asas transpiravam e meu coração batia mais forte. Nada parecido com aquilo, meu rosto ardia como se estivesse em meio a fornalhas. Meus olhos estavam fechados, minha vida se desfez e eu caía das gloriosas alturas que eu tinha alcançado. Um grande abismo se forma, uma caverna infindável está pela frente e meu corpo está solto pelo ar, sinto as correntes de vento quente que castigam meu rosto. Está ficando cada vez mais quente e não consigo mais ver, meus olhos estão fechados. Quero abri-los, mas não ac

Somente poucas palavras

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Hoje vou escrever sobre mim. A exemplo do queridíssimo amigo Bruno Uesso, que em seu blog narra suas aventuras amorosas e, com um toque todo especial, deixa registrado, de uma forma pouco comum, seus sentimentos(recomendo a leitura). Coisa estranhas tem acontecido, acho que chama-se crescer. Mas pego-me pensando que a produção de hormômios do crescimento em mim já está em declínio. É engraçado, não consigo deixar de ver as coisas sob certo ângulo que outros consideram absurdamente chato. Para ter-se uma idéia de mudança que se opera minha Biblioteca de Mídia, que só tinha míseros 600Mb, agora está recheada com mais de 10 Gb. Entenda, fiz uma lista, chamada discografias, e nesta lista coloquei todos os nomes que me chamam atenção. Durante três meses tenho me empenhado para acabar com esta lista, mas ela só faz por crescer absurdamente. A cada momento que passa muito se acrescenta, e ainda existe uma infinidades de coisas que quero fazer e aprender. Bom, acho que o exemplo musical foi o